Comecei a me tatuar com 22 anos, quando tive certeza do que eu realmente gostaria de eternizar na minha pele: uma singela clave de sol. Pronto, aquele seria o atestado do início do meu "transtorno obsessivo compulsivo" por riscar a minha pele.
Alguns meses depois, fiz os f-holes - uma abertura na madeira dos instrumentos acústicos - nas minhas costas. Foram quase duas horas de sofrimento e, sim, tatuagem na costela é cruel. Me lembro que prometi a mim mesma que demoraria muito tempo para fazer a próxima, pois a dor havia me deixado um tanto exausta.
Que nada! Seis meses depois estava eu no tatuador de novo. Ele mesmo sempre brinca comigo quando vou lá "te vejo daqui seis meses, Mariana". E assim vai, mesmo que quando a agulha toque a minha pele, eu sinta aquela dorzinha chata e comece a pensar "meu deus, para que estou fazendo isso mesmo?". E quando a casquinha começa a cair e coça feito o cão?
É ruim, mas nada compensa mais do que a satisfação de tê-las, não é?
Transformei meu corpo na extensão da minha personalidade. Penso em todas as minhas tatuagens como um pedaço de arte que precisa estar em harmonia com o resto. Às vezes, quando vou ao banco, supermercado, cinema ou qualquer outro lugar e alguém fica olhando para mim, prefiro pensar que estão admirando os desenhos do meu corpo e não que estão a me julgar com preconceito.
Feliz TattooDay, meus amigos tatuados!
Nenhum comentário:
Postar um comentário